sábado, 26 de junho de 2010

Vidas Secas - em construção

"Mudança" é o título do primeiro capítulo.

"Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamnte andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala."
Bom começo!
Inicio a leitura e paro exato onde a família de retirantes encontra uma casa abandonada. Uma esperança. Nada de estranho até o momento excetuando-se o nome da cachorra Baleia e o fato de Fabiano o personagem principal ainda não ter tomado uma pinga até o momento (a não ser que já tivesse tomado antes do início). Baleia é um nome extravagente, farto. Não combina com a dona. Conheci Caquinho, Guerreiro, Pulga, Pituca, alguns já foram outros iniciam mas Baleia é um nome surpreendente. A piada de Graciliano Ramos para o leitor desavisado. A algum tempo desisti de assistir filmes. Tenho visto a realidade pintada de tinta mais forte. Este livro pelo menos é preto e branco, não há engano. Depois que descobri que meus avós foram retirantes e que meu pai quase foi vendido com os irmãos em uma feira, estou um pouco arredia com este tópico. Enfim, preciso de um tempinho para pegar as tralhas que estão no chão desengonçadas. Volto.

(continuar)

Ouço Deus

"Ouço Deus no murmúrio das águas dos rios
Ouço Deus no furor de ciclones bravios
Ouço Deus no cantar matinal dos pardais
Ouço Deus no lamento dos pobres mortais.

Vejo Deus nas estrelas perenes de luz
Vejo Deus no esplendor que a alvorada traduz.

Sinto Deus no suave perfume da flor
Sinto Deus no adeus companheiro da dor
Sinto Deus na saudade que evoca lembranças
Sinto Deus no morrer de febris esperanças
Sinto Deus na tristeza de ver-te partir
Sinto Deus na tua volta, irmão a sorrir."


(carece de fonte)

domingo, 20 de junho de 2010

Uma Hora e Mais Outra



"Há uma hora triste
que tu não conheces.
Não é a tua tarde
quando se diria
baixar meio grama
na dura balança;
não é a da noite
em que já sem luz
a cabeça cobres
com frio lençol
antecipando outro
mais gelado pano;
e também não é a
do nascer do sol
enquanto enfastiado
assistes ao dia
perserverar no câncer,
no pó, no costume,
no mal dividido
trabalho de muitos;
não a da comida
hora mais grotesca
em que dente de ouro
mastiga pedaços
de besta caçada;
nem a da conversa
com indiferentes
ou com burros de óculos,
gelatina humana,
vontades corruptas,
palavras sem fogo,
lixo tão burguês,
lesmas de blackout
fugindo à verdade
como de um incêndio;
não a do cinema
hora vagabunda
onde se compensa,
rosa em tecnicólor,
a falta de amor,
a falta de amor,
A FALTA DE AMOR;
nem essa hora flácida
após o desgaste
do corpo entrançado
em outro, tristeza
de ser exaurido
e peito deserto,
nem a pobre hora
da evacuação:
um pouco de ti
desce pelos canos,
oh! adulterado,
assim decomposto,
tanto te repugna,
recusas olhá-lo:
é o pior de ti?
Torna-se a matéria
nobre ou vil conforme
se retém ou passa?
Pois hora mais triste
ainda se afigura;
ei-la, a hora pequena
que desprevenido
te colhe sozinho
na rua ou no catre
em qualquer república;
já não te revoltas
e nem te lamentas,
tampouco procuras
solução benigna
de cristo ou arsênico,
sem nenhum apoio
no chão ou no espaço,
roídos os livros,
cortadas as pontes,
furados os olhos,
a língua enrolada,
os dedos sem tato,
a mente sem ordem,
sem qualquer motivo
de qualquer ação,
tu vives; apenas,
sem saber pra quê,
como para quê,
tu vives: cadáver,
malogro, tu vives,
rotina, tu vives
tu vives, mas triste
duma tal tristeza
tão sem água ou carme,
tão ausente, vago,
que pegar quisera
na mão e dizer-te:
Amigo, não sabes
que existe amanhã?
Então um sorriso
nascera no fundo
de tua miséria
e te destinara
a melhor sentido.
Exato, amanhã
será outro dia.
Para ele viajas.
Vamos para ele.
Venceste o desgosto,
calcaste o indivíduo,
já teu passo avança
em terra diversa.
teu passo: outros passos
ao lado do teu.
O pisar de botas,
outros nem calçados,
mas todos pisando,
pés no barro, pés
n´água, na folhagem,
pés que marcham muitos,
alguns se desviam,
mas tudo é caminho.
Tantos: grossos, brancos,
negros, rubros pés,
tortos ou lanhados,
fracos, retumbantes,
gravam no chão mole
marcas para sempre:
pois a hora mais bela
surge da mais triste."

(Carlos Drummond de Andrade - A rosa do povo)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ana Botafogo na ponta dos pés / Coral da Cidade de Macaé / Lira dos Conspiradores - uma homenagem a Imperatriz da dança

"Pas de Deus

Jamais esquecerei
dos braços de Ana."



"Soltos no ar
numa sensual simetria
de serpentes
ateando fogo ao palco
incendiando a música e a dança
invertebradamente.

Seus pés
igualmente inesquecíveis
vestidos de pássaros azuis
desafiavam a gravidade
dos linóleos.

Neste céu de sapatilhas
que sobrevoavam meus olhos
minhalma bailarina
aos seus encantos se rendeu:
aquela dança não era apenas
um majestoso pas-de-deux
mas um etéreo e eterno
pas de Deus."


(Carlos Dimuro; ANA BOTAFOGO, apud Nagle,Leda, 2006)

(*) verificar citações


Talvez a vida de Ana Botafogo se resuma neste poema.



Com o carinho de Ana Botafogo, o livro "Ana Botafogo na ponta dos pés" relata algumas de suas histórias. Nem precisei iniciar a leitura do livro para compreender o brilho no olhar de Ana ao presenciar este momento em que, agraciada pelo Coral da Cidade de Macaé ao som de "Macaé Minha Terra Querida" relata já quase estar a aprender esta música, verdadeiro poema oferecido aos macaenses. A Lira dos Conspiradores marcou presença no evento sacudindo os presentes com o animado repertório.



Apesar de estar em obras, o Teatro Municipal de Macaé tão bem acolheu a Embaixatriz da Dança, que emocionada oportunizou seu livro "na ponta dos pés, Ana Botafogo". Mas estas são outras letras porque de emoção, somente uma história contada em vida com citações que tão bem definem esta belíssima mulher de olhar misterioso e emocionado.

A exposição inaugurada "Ana Botafogo, a Embaixatriz da Dança", mostra em notícias de jornais, fotos, entrevistas historicamente acompanhando o crescimento do balé no Rio de Janeiro e Brasil. O período de visitação é de 18 de junho a 8 de julho de 2010. Ana foi agraciada ainda para retornar a esta cidade luz para se apresentar na reabertura do Teatro Municipal.

"Mesmo uma bailarina de renome pode ter suas frustrações, que a fazem lembrar que é humana..."



"Para mim, tudo começa em família", inicia a leve caminhada pelo livro, provando, na prática, que a noite foi bela, junto ao pai que falou emocionado, uma noite de moção de aplausos, uma homenagem do município a artista bailarina brasileira que já se apresentou nos palcos do Brasil e países como França, Venezuela, Itália, Inglaterra, Chile, Cuba, Estados Unidos, Paraguai, Espanha.

O livro, nem preciso retornar com a resenha para compreender que a vida de Ana foi pautada em esforço, persistência, seguindo sempre em frente mesmo quando a vida lhe fechava as portas, lhe dizia não. Com humildade e emoção mostrou seu trabalho. O reconhecimento, talvez nem se importe se houve em excesso ou falta pois aprendeu a medir a vida com suas próprias medidas. A trajetória de uma estrela que passa com brilho incessante!

"Você vai crescer, você vai ser alguém. Acredite nesse brilho interior"


Livro: Ana Botafogo : na ponta dos pés : a trajetória de uma estrela / baseado em entrevistas para Leda Nagle e Dalal Achcar. - São Paulo : Globo. 2006.
Acompanha audio CD para aulas de balé.

EDITORA GLOBO S.A.
Av. Jaguaré, 1485 - São Paulo, SP, Brasil
CEP 05346-902
www.globolivros.com.br

"Somos responsáveis pela trajetória de nossas vidas."
(em construção)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Coro Madrigal (03:57)



O vídeo mostra a apresentação do MADRIGAL em frente ao Teatro Municipal de Macaé, RJ, em 13 de maio de 2010.

domingo, 13 de junho de 2010

Dinossauros 4



Encerro o domingo com o 'dinossauros 4' (antes que o autor desista de ceder a imagem). Não sei se é pertinente ao filme que nem sei bem em que número se encontra. É caseira mesmo, isto importa.

Imagem arte paint: Davi Guedes

Cinderela: homens e feras


Suave brisa libertava os cabelos ao ritmo da sinfonia e solto vestido. Não fosse a risadaria do civilizado ambiente: "a noiva chegou", "a noiva chegou",as doze badaladas e a pesada fantasia poderia não prosseguir rumo as escadarias que as pernas teimavam em querer alcançar. Fáceis sorrisos igualavam a noite a tantas outras histórias: sem carruagens, sem fadas. Realidade somente os dois dedinhos disputando a liberdade daqueles apertados sapatos que não seriam perdidos ante os grossos pingos de chuva na poeirenta estrada de retorno.
(Josefa)
Imagem arte paint: Davi Guedes

sábado, 5 de junho de 2010


Histórias Extraordinárias / duas faces femininas

Tentarei contar aqui duas histórias extraordinárias, duas faces femininas, duas infâncias. Adianto que uma delas pode ter sido obra da imaginação (fértil demais), entretanto, a segunda, é a mais extraordinária e contraditória, pois existe prova concreta (uau!!!).Devido ao adiantar das horas melhor deixar para contar estas histórias durante o dia.
Volto!

Primeira face: durante o dia era esquecida, mas tão logo repousava, ela estava lá, olhando diretamente para meus olhos, bem acima de minha cabeça, literalmente pregada ao teto. Uma jovem mulher. Nada dizia, apenas olhava com um meio sorriso. Fechava os olhos, tentava adormecer (as princesas conseguiam isto com tanta facilidade, mas talvez não tivessem em uma situação parecida). Abria rapidamente os olhos, como a conferir se já tinha ido embora, mas qual nada, ela continuava lá, como a brincar comigo. Sempre lá, noite após noite. Parecia algo querer trasmitir. Se ainda pudesse decifrá-la... Disto sabia pois havia ao seu lado algumas letras escritas. Talvez fosse uma história banal, sem encanto, mas não parecia o que seus olhos diziam. A casa (*) passou, mas não aquela imagem, aquelas letras que alertaram a uma criança em tenra idade para a possibilidade de bem decifrá-las pois disto dependiam seus sonhos ao final de cada dia.

(*) a casa (nunca foi terminada), tinha jornais no teto (era comum as lajes serem batidas, com jornal como material onde ficavam metade colada ao teto e metade solta).

Segunda face: tudo começou com um telefonema. Gelara. O mal estar fora notado pela colega de sala que atenciosa perguntou se algo estava ocorrendo. "estamos no hospital", escutara bem. "Repita, estão aonde?", perguntei. "Aqui, no passeio". Como fora possível ter escutado errado... Sorrisos juvenis no outro lado da linha justificava ter se enganado. Alívio. Dias depois, entretanto, a foto tirada como recordação daquela travessura infantil que ocorrera posteriormente aquela ligação (um tombo de bicicleta) evidenciava uma criança com um rosto machucado e uma jovem na soleira da porta. Meio sorriso, parecia posar para a foto. Ninguém a conhecia como ninguém estivera naquele ambiente físico além do infantil fotógrafo e sua irmã acidentada. Bom, a foto é real como os integrantes da mesma. Simpática jovem, por sinal.

Se preferir "Histórias Extraordinárias" mais autênticas, o livro de Edgar Allan Poe publicado em 1849 por Baudelaire, na França tendo como título original "Contos do Grotesco e do Arabesco, trata de um conjunto de textos - como A Queda da Casa de Usher, O Barril de Amontilado, O Gato Preto, dentre outros nos quais, com extrema habilidade, Poe enfoca o fantástico e o sobrenatural com descrições minuciosas, conduzindo o leitor a um mundo noturno, enigmático, neurótico e de terror. Posso ler o livro e retornar com as impressões, oportunamente. Esta edição a que faço referência tem tradução de Brenno Silveira e outros, faz parte de uma coleção de banca, capa dura, da Nova Cultural, com patrocínio cultural da Suzano onde consta um belo texto em cada livro entitulado "Ler é Preciso".

Outras "Obras-Primas", todas as 50 inéditas, da coleção "Grandes Autores" (comresumos), afinal, nós todos lemos clássicos. Confira (a foto foi tirada secretamente em uma estante caseira, destas nada virtuais, com poeirinha, aguardando uma mão amiga para limpá-la):



(01) "Gógol" - Almas Mortas
Escrito em 1841, Almas Mortas conta a história de um aventureiro que compra, a baixo preço, os camponeses russos mortos desde o último censo, mas ainda vivos nas listas do fisco. Uma trapaça que permite traçar um panorama da vida da província e um esboço do homem russo por inteiro, pelo seu lado negativo. Gógol escreveu um segundo volume da obra, mas em um momento de angústia acabou queimando-o. A segunda parte, incabada e póstuma, foi publicada em 1852.

(02) "Tolstói" (1828-1910) - Ana Karênina
Uma das melhores obras de Tolstói, o romance Ana Karênina narra a história do amor difícil e controvertido vivido pela protagonista Ana na Rússia czarista. Ela é uma mulher casada que vai atrás de seu amante Vronski mas, arrebatada por uma paixão proibida, resvala cada vez mais para um abismo de mentiras e destruição. Tolstói questiona o significado da vida e da justiça social tendo como pano de fundo as crises familiares. É o maior romance do adultério na literatura universal.

(03) "Eça de Queiroz" (1845-1925)- A Cidade e as Serras
Romance publicado postumamente, A Cidade e as Serras é uma magnífica crítica dos tempos "modernos", uma sátira ao culto da tecnologia. Um dos maiores escritores de língua portuguesa de todos os tempos, Eça de Queirós retrata com elegância o estilo de vida que anuncia o século XX contrapondo o estilo de vida em Paris, mais requintado, às virtudes da vida rural portuguesa.

()4) "Alexandre Dumas Filho" - A Dama das Camélias
Obra clássica do Romantismo, A Dama das Camélias conta a história de amor avassaladora de um jovem da alta burguesia francesa, Armand Duval, por uma belíssima plebéia do interior, Marguerite Gautier. Apesar do rico lirismo que reveste a narrativa, a ousadia realista do tema chocou – e ao mesmo tempo fascinou – a sociedade francesa da época.

(05) "Dante Alighieri" - A Divina Comédia
Obra-prima de Dante Alighieri, A Divina Comédia exerceu grande influência em poetas, músicos, pintores, cineastas e outros artistas nos últimos setecentos anos. Dante, o personagem da história, narra, em forma de poema, uma odisséia pelo Inferno, pelo Purgatório e pelo Paraíso, descrevendo cada etapa da viagem com detalhes quase visuais. Nessa viagem é guiado, no Inferno e no Purgatório, pelo poeta Virgílio, e no Céu por Beatriz, musa do autor em várias de suas obras.

(06) "Franz Kafka" (1883-1924) - A Metamorfose
A Mulher de Trinta Anos / Honoré de Balzac
Em A Mulher de Trinta Anos Balzac levanta questões fundamentais da vida amorosa e sentimental das mulheres e revela sua perplexidade diante do fracasso do casamento. Esse retrato da alma feminina é bastante atual; sua personagem principal, Júlia D'Aiglemont, é uma mulher malcasada, consciente da razão de seus sofrimentos e revoltada contra a instituição imperfeita do matrimônio.

(07) "Júlio Verne" - A Volta ao Mundo em Oitenta Dias :)))))

"Mark Twain" / As Aventuras de Tom Sawyer
Tom Sawyer e seu inseparável amigo Huck Finn adoram pescar, sonham com piratas e grandes tesouros e pensam em Becky Thatcher – uma linda colega da escola. Ao partir em busca de um tesouro, dão de cara com o terrível Joe Malvado. Quando tentam escapar de Joe, acabam vivendo uma fantástica aventura que os leva através do rio Mississípi até cavernas misteriosas de um esconderijo, onde descobrem uma fortuna muito maior do que poderiam imaginar!
Considerado o livro mais importante de Mark Twain, foi apontado por Hemingway como o precursor da moderna literatura norte-americana.


(08) "Jonathan Swift" - As Viagens de Gulliver

(09) "Tchekhov" - As Três Irmãs :(
Escrita e encenada em 1901, a peça As Três Irmãs conta a história de Olga, Irina e Macha. Juntamente com o irmão e a cunhada, elas conversam sobre banalidades com oficiais de uma unidade militar. Apesar da aparente superficialidade do tema, a grande força da obra está nas entrelinhas. Sufocadas pela vida provinciana, as irmãs sonham em voltar a Moscou, cidade em que passaram uma infância feliz, mas o projeto fracassa sob o peso da inércia de sua existência.

(10) "Sinclair Lewis" - Babbitt
Para escrever Babbitt, Sinclair Lewis foi viver em Cincinnati, Ohio, para melhor observar o comportamento dos habitantes, suas expressões mais comuns, sua gíria. Grande parte do livro constitui uma sociologia da classe média norte-americana, representada por personagens que habitam a fictícia cidade de Zenith. Exceto nos primeiros capítulos, o autor utiliza cada um deles para tratar de assuntos específicos, como política, prazeres, vida em clubes, a barbearia, o botequim etc. Com absoluta propriedade, Lewis retrata o mundo do pequeno homem de negócios, satirizando o grupo dos mesquinhos e ridículos pequenos comerciantes.

(11) "Ibsen" - Casa de Bonecas

(12) "Voltaire" - Contos :)
Filósofo e porta-voz dos iluministas, Voltaire (pseudônimo literário de François Marie Arouet) escreveu novelas satíricas, poema épico, cartas, tragédias e contos. Estes são caracterizados pela irreverência e pela crítica aos aproveitadores (Jeannot e Colin), aos abusos políticos (O Ingênuo), à corrupção e à desigualdade das riquezas (O Homem de Quarenta Escudos), a seus opositores (Cândido). No final de uma vida atribulada, em que sofreu perseguições e passou alguns períodos na prisão e no exílio, foi chamado de volta a Paris e recebido em triunfo pela Academia e pela Comedie- Française.

(13) "Dostoiévski" - Crime e Castigo
Dostoiévski parece ter se inspirado em seu próprio sofrimento ao escrever Crime e Castigo. Ao retornar à Rússia depois de um longo e sofrido exílio na Sibéria, e profundamente abalado pela morte da esposa e do irmão, deu continuidade a sua obra literária, em que discute o materialismo e a fé, o nacionalismo e o pensamento ecumênico, a violência e o sentido da humanidade. Em Crime e Castigo, cujo cenário retrata os becos sombrios e vielas com imensos casarões de São Petersburgo, bem como a paisagem desolada da Sibéria, estão presentes o interesse permanente pelo problema moral do crime e todas as contradições da época em que viveu esse que é considerado um dos maiores escritores russos de todos os tempos.

(14) "Edmond Rostand" - Cyrano de Bergerac
Cyrano de Bergerac é uma criação imortal do dramaturgo francês Edmond Rostand, em que a nobreza de espírito, a espirituosidade, a coragem e o amor estão capturados para toda a eternidade. Ambientada no reino de Luís XIII, é a excitante e comovente história de um dos mais habilidosos espadachins da França, soldado e escritor de inteligência brilhante, que de fato viveu na França no século XVII. Na peça de Rostand, Cyrano é um herói romântico que combate a covardia, a estupidez e a mentira. Sua agudeza de espírito, ousadia e sensibilidade converteram-no em um verdadeiro símbolo popular, até hoje representado nos palcos e telas de cinema do mundo inteiro.

(15) "Miguel de Cervantes" - Dom Quixote :(
Obra concebida como novela curta e escrita em duas partes distintas, Dom Quixote foi inspirado em um caso real de loucura. Opondo-se à irrealidade das novelas de cavalaria, ainda muito lidas na Espanha da época, Cervantes teria pretendido fazer uma sátira dessa "propaganda" cavaleiresca e dos que se armavam cavaleiros às cegas. Mas a caricatura de um estilo fantasioso se transformou no retrato da aventura humana, no perfil do homem dividido entre o sonho e a realidade. A influência de Dom Quixote - uma das maiores obras-primas da literatura de todas as épocas - estendeu-se, através do tempo, a escritores, pintores, escultores, dramaturgos, cineastas, músicos, cada um dando sua versão pessoal do "cavaleiro da triste figura" e de seu fiel escudeiro: Dom Quixote e Sancho Pança.

(16) "Boccaccio" (1313-1375) - Decamerão
Decamerão é um conjunto de cem novelas em que Boccaccio narra a história de sete mulheres e três homes que, fugindo da peste, em 1348, retiram-se para o campo, nas proximidades de Florença. Durante dez dias cada um conta uma história. Essas novelas – sentimentais, satíricas, trágicas ou licenciosas – retratam a vida no século XV, num estilo que se tornou modelo na prosa italiana.

(17) "Bram Stoker" - Drácula :))
O publicitário e escritor inglês Bram Stoker inspirou-se no conde Vlad Tepes, o Empalador, príncipe da Valáquia na segunda metade do século XV, para criar o personagem-título de seu romance de terror. O príncipe, também conhecido como Vlad Dracul (nome que em romeno significa dragão, diabo), foi de fato um tirano e um guerreiro muito cruel, porém jamais um vampiro. A história do conde Drácula se passa na Transilvânia, região lúgubre ao norte da Romênia. Sucesso desde que foi publicado, em 1897, o livro recebeu uma série de adaptações para o cinema, a primeira delas em 1931.

(18) "Virgílio" - Eneida
Este poema épico em doze cantos, publicado incompleto por ordem de Augusto – o grande senhor de Roma – após a morte do autor e contra sua vontade, conta o estabelecimento dos troianos na Itália e sua contribuição à fundação de Roma. Inspirada nos poemas épicos A Ilíada e A Odisséia, de Homero, esta obra teve grande repercussão na literatura da Idade Média e do Renascimento.

(19) "Machado de Assis" - Esaú e Jacó / Memorial de Aires
Machado explora, em Esaú e Jacó, o conflito das relações entre os gêmeos Pedro e Paulo com a jovem Flora, que nutre diferentes sentimentos de afeto por um e por outro.

(20) "Goethe" (1749-1832) - Fausto / Werther
Considerado a maior personalidade da literatura alemã, Goethe escreveu romances, ensaios, poesias, autobiografia e textos para teatro. Dentre os últimos, o poema dramático Fausto é, certamente, dos mais conhecidos. Poucas obras, de cunho universal, são mais humanas que o Fausto de Goethe, produto de longa meditação, de quase toda uma existência.
Já em Os Sofrimentos do Jovem Werther, resultado de uma frustrada experiência amorosa, Goethe, influenciado por Rousseau, cria uma obra totalmente original, de permanente atualidade psicológica, em que pese o desfecho trágico do personagem principal.


(21) "Edgar Allan Poe" - Histórias Extraordinárias :))))))))
Em 1848 Baudelaire publicou na França Contos do Grotesco e do Arabesco, de Allan Poe, com o título Histórias Extraordinárias. Trata-se de um conjunto de textos – como A Queda da Casa de Usher, O Barril de Amontilado, O Gato Preto, Os Crimes da Rua Morgue, dentre outros – nos quais, com extrema habilidade, Poe enfoca o fantástico e o sobrenatural com descrições minuciosas, conduzindo o leitor a um mundo noturno, enigmático, neurótico e de terror.

(22) "Walter Scott" (1771-1832) - Ivanhoé
A rivalidade entre os saxões e os conquistadores normandos, na conturbada Inglaterra do século XII, é o tema de um dos romances históricos mais populares da literatura mundial, do britânico Sir Walter Scott. Com inúmeras adaptações para o cinema, Ivanhoé é uma incrível história de amor, guerra e honra, em que se mesclam ironia, arrependimento e prazer lírico.

(23) "Henry James" - Lady Barberina / A outra Volta do Parafuso

(24) "Joseph Conrad" (1857-1924) - Lord Jim
Escrito em 1900, Lord Jim descreve aventuras emocionantes nas paisagens estranhas e exóticas da Malásia, habitada por povos primitivos e onde aventureiros se aproveitam da simplicidade dos nativos para satisfazer sua cobiça de lucros e de poder. Conrad inspirou-se em uma trágica experiência pessoal para criar essa obra: o naufrágio do navio Palestina, que o levava de Londres para Cingapura.

(25) "Gustave Flaubert" (1821-1880) - Madame Bovary
Madame Bovary é tido como o mais importante romance da literatura francesa. Nessa obra Flaubert narra a história do casamento, adultério e trágico fim de Emma Bovary, mulher que alimentava sonhos românticos e que, lentamente sufocada pela vida da província e pelo casamento tedioso, entregou-se a relações extraconjugais. A obra custou ao autor um processo por "ofensa à moral pública e religiosa e aos bons costumes".

(26) "Machado de Assis" - Memorial de Aires
Último romance de Machado, Memorial de Aires é a história de dois idílios: o do casal Aguiar e o da viúva Fidélia com Tristão. Obra intimista, é narrada pelo conselheiro Aires, personagem também presente em Esaú e Jacó.

(27) "Daniel Defoe" - Moll Flanders

(28) "Herman Melville" - Moby Dick

(29) "D. H. Lawrence" (1885-1930) - Mulheres Apaixonadas

(30) "Louisa May Alcott" - Mulherzinhas :))))
Neste romance Louisa May Alcott conta a história de quatro irmãs – Jô, Meg, Beth e Amy – da família March, cujo pai parte para combater na Guerra Civil Americana. Com personalidades diferentes, as meninas partilham algumas das mais queridas e dolorosas memórias do processo de crescimento. Passam por dificuldades e transformações típicas da adolescência. Em boa parte, é a história da própria autora.

(31) "Émile Zola" - Naná
Integrante de um ciclo de vinte romances, Naná descreve a trajetória da filha de uma lavadeira que, corrompida na adolescência, transforma-se na mais poderosa cortesã do Segundo Império francês. Escrito em 1880, provavelmente este seja o romance mais popular de Émile Zola, e um dos perfis de mulher mais explorados pelo cinema e pela literatura.

(32) "Raul Pompéia" - O Ateneu

(33) "Lampedusa" - O Leopardo
Publicado em 1958 e consagrado por leitores e por críticos, o romance O Leopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, evoca o declínio de uma grande família aristocrática da Sicília na segunda metade do século XIX e os primeiros sinais de renovação, marcada sobretudo pela chegada de Garibaldi à Itália. Um velho príncipe, cuja casa feudal tem como símbolo uma espécie rara de leopardo, fadada ao desaparecimento, é o personagem principal. Num contraponto à situação política da época, os personagens da aristocrática família têm seus amores e embates retratados paralelamente às lutas que sacodem a Itália, que busca a unificação e a libertação do absolutismo. O Leopardo foi traduzido para vários idiomas e adaptado para o cinema. Dirigido por Luchino Visconti, o filme recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1963.

(34) "Emily Bronte" - O Morro dos Ventos Uivantes


(35) "Oscar Wilde" - O Retrato de Dorian Gray


(36) "Stendhal" - O Vermelho e o Negro
O Vermelho e o Negro é uma das obras-primas de Stendhal. O perfil psicológico e a vida de Julien Sorel, um dos personagens mais marcantes da literatura de todos os tempos, tem por fundo a França do período da restauração napoleônica, retratada ao mesmo tempo com agudo realismo e fantasia transfiguradora. O título, simbólico, evoca uma opção entre a carreira militar e a eclesiástica que se oferece ao herói, ele mesmo um símbolo, de certo modo, da idéia de vontade individual como força criadora dos acontecimentos, que anima a obra de Stendhal.

(37) "Homero" - Odisséia
Ao longo do tempo muito se tem discutido sobre a verdadeira autoria da Odisséia, atribuída a Homero, embora sem resultados conclusivos. A obra é uma exaltação do povo grego ao herói mortal Ulisses, conhecido também como Odisseu. A história tem início quando Menelau, rei de Esparta, e Agamênon, rei de Atenas, convocam todos os reis e nobres da Grécia para ajudá-los a montar uma expedição contra Tróia. Diante da convocação, Ulisses finge estar louco. Descoberta a farsa, só lhe resta partir para a guerra. Após a tomada de Tróia, tem início a viagem de Ulisses, cheia de peripécias e aventuras, de volta a Ítaca, sua terra natal.

(38) "Camões" (1524-1580) - Os Lusíadas :)
Nesta obra – composta de dez cantos, em versos decassílabos –, misturam-se o conteúdo épico e o lirismo de Camões. A narrativa básica tem por tema a célebre viagem de Vasco da Gama em busca de um caminho para as Índias, mas boa parte do poema é dedicada aos grandes feitos dos reis portugueses. É, portanto, a narrativa da história de Portugal, das suas origens à época em que viveu o poeta. Os Lusíadas é considerado a obra mais importante da língua portuguesa.

(39) "Alexandre Dumas" - Os Três Mosqueteiros :)))
Mais famoso romance de capa e espada de todos os tempos, Os Três Mosqueteiros mescla realidade e fantasia. Na França do século XVII, um jovem pobre do interior, d´Artagnan, chega a Paris decidido a tornar-se um dos mosqueteiros do rei Luís XIII. Alia-se a Athos, Porthos e Aramis e, juntos, participam de guerras, duelos, romances perigosos e muitas intrigas.

(40) "Euclides da Cunha" (1866-1909) - Os Sertões
Em 1897 o jornal O Estado de S. Paulo enviou o jornalista e engenheiro Euclides da Cunha ao sertão da Bahia para cobrir a rebelião de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro. A descrição do que presenciou transformou-se num clássico da literatura brasileira, hoje publicado em onze idiomas em dezenas de países. A obra trata da natureza e da estrutura social do mundo sertanejo nordestino. De estilo extremamente elaborado e prolixo, Os Sertões contitui a primeira análise sociológica sobre as populações camponesas carentes no Brasil.

(41) "Victor Hugo! (1802-1885) - Os Trabalhadores do Mar :)))))))))))))
Fortes contrastes e choques de paixões e de situações. Ideais de generosidade fatalmente destinada ao sacrifício. Eis o ambiente em que aparecem as primeiras afirmações da civilização mecanizada e o decorrente sentido da luta vitoriosa do homem contra as forças da natureza. Victor Hugo, com Os Trabalhadores do Mar, quis glorificar o trabalho, a vontade, tudo o que torna o homem grande ao trilhar seus caminhos históricos, sociais e sentimentais.

(42) "Stendhal" - O Vermelho e o Negro
O Vermelho e o Negro é uma das obras-primas de Stendhal. O perfil psicológico e a vida de Julien Sorel, um dos personagens mais marcantes da literatura de todos os tempos, tem por fundo a França do período da restauração napoleônica, retratada ao mesmo tempo com agudo realismo e fantasia transfiguradora. O título, simbólico, evoca uma opção entre a carreira militar e a eclesiástica que se oferece ao herói, ele mesmo um símbolo, de certo modo, da idéia de vontade individual como força criadora dos acontecimentos, que anima a obra de Stendhal.

(43) "Jane Austen" - Razão e Sensibilidade :))
Na Inglaterra do século XX, as irmãs Elinor, Marianne e Margaret Dashwood ficam desamparadas com a morte do pai, cujas propriedades em Norland são deixadas como herança para um filho do primeiro casamento. Bonitas, inteligentes e sensíveis, as irmãs e a mãe mudam-se para um chalé em Devonshire oferecido por um parente distante. Sem dote, Elinor (a razão) e Marianne (a sensibilidade) têm pouca chance de conseguir um bom casamento. Mas a grandeza de seus sentimentos revela-se importante contra a hipocrisia de uma sociedade preocupada somente com os bens materiais. Essa obra é um retrato mordaz de tipos interesseiros, cujo objetivo de vida é enriquecer e projetar-se socialmente.

(44) "F. Scott Fitzgerald" - Suave é a Noite
Publicado em 1934, o último romance de Scott Fitzgerald, Suave É a Noite, é uma mistura perfeita de ironia, arrependimento e prazer lírico. Nela o autor deixa transparecer toda sua melancolia, envolvido pela tragédia pessoal, como a doença mental da esposa, Zelda, e o alcoolismo. Fitzgerald era ídolo da chamada da geração perdida, que viveu na Paris nos anos 20.

(45) "Henry Fielding" - Tom Jones
Este romance conta a história de um enjeitado criado por uma família da nobreza rural que se torna um jovem de grande fascínio pessoal e que atrai a paixão de diversas mulheres. Mas torna-se vítima das mais variadas formas de preconceito e desperta, em muitos, a inveja e o ciúme. Sua verdadeira origem é revelada no final, após profunda análise do cotidiano inglês de meados do século XVIII.

(46) "Shakespeare" - Tragédias
A primeira grande obra de Shakespeare foi Romeu e Julieta, de 1594. Da segunda e maior fase da dramaturgia shakespeariana são Macbeth e Otelo, entre outras grandes tragédias. Reunidas em um só volume, aqui estão três dos mais consagrados trabalhos do autor, peças até hoje entusiasticamente aplaudidas nos palcos de todo o mundo.

(47) "Charles Dickens" - Um Conto de Duas Cidades :))
A narrativa de Um Conto de Duas Cidades – que se refere a Londres e Paris – tem início em 1775, quando começam a germinar os movimentos que culminariam na Revolução Francesa. Em meio a grandes injustiças e abusos por parte da nobreza, os camponeses e artesãos conformam-se com as injúrias, sabedores de que o tempo da vingança está próximo. Considerado um clássico da literatura inglesa do século XIX, Um Conto de Duas Cidades trata ao mesmo tempo da realidade da Inglaterra e da França revolucionária. Dickens toma como ponto de referência a Revolução Francesa para apontar os problemas sociais e políticos da Inglaterra, pois temia que a história se repetisse em seu país quando escrevia o romance.

(48) "Guy de Maupassant" - Uma Vida
Com dezessete anos, radiante e aberta a todas as alegrias, a todas as oportunidades, Jeanne deixa o convento. Na ociosidade dos dias e na solidão das esperanças, entre todos os seus sonhos, o mais impaciente é o do amor. Ela sabe de coisas sobre ele, sobre a agitação dos corações, o impulso das almas. Por muitas vezes os pressentiu e esperou por eles. Quando ele surge, ela o reconhece sem dificuldade. O ser criado para ela! Julien! O mesmo eco desperta em seu coração. O casamento irá selar o amor deles.

Em tempo: certamente que a lista acima faltam alguns elementos da coleção integral, digo, livros pois se foram oferecidos semanalmente por certo que a parca mesada preferiu por vezes um albúm de figurinhas, ou balas, ou ainda, o pão alimento físico ao intelectual. É só conferir no link oferecido da editora os faltantes.

Novidade: está sendo lançado, reeditado (tanto faz) nova coleção Clássicos Abril Coleções (de banca), capa lindíssima, dura, revestida de acabamento nobre, por sinal parecida com o livro da Virgínia Woolf, contos completos. Aqui no interior continuamos esperando... É a oportunidade de complementar (inteirar) os livrinhos faltantes. É um trabalho de paciência, mas que vale a pena! Livro da semana: Moby Dick, de Herman Melville - volume II (não necessariamente o Dick estará lá, na grande rede, como na vida, tudo é rápido e dinâmico). Interessante, quem sabe um dia a medida que for lendo/relendo (tanto faz, para clássicos, o efeito é o mesmo, sempre é uma primeira emoção) os livrinhos, faça a resenha (resenha não é resumo, como acima). Haja tempo$

(não vejo a hora de terminar este tópico! escrever é mesmo engraçado, se não tivermos um controle sobre a escrita ela toma vida própria e te domina).

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Cecília Meireles / Leilão de Jardim



"Quem me compra um jardim
com flores?





"Quem me compra um jardim
com flores?

borboletas de muitas
cores,

Lavadeiras e pas-
sarinhos,

ovos verdes e azuis
nos ninhos?

Quem me compra este ca-
racol?

Quem me compra um raio
de sol?

Um lagarto entre o muro
e a hera,

uma estátua da Pri-
mavera?

Quem me compra este for-
migueiro?

E este sapo, que é jar-
dineiro?

E a cigarra e a sua
canção?

E o grilinho dentro
do chão?


(Este é o meu leilão!)
CECÍLIA MEIRELES

Antologia de POESIA BRASILEIRA para crianças
Girassol
Ilustrações: Teo Puebla


Os Poetas da Antologia

Antônio Gonçalves Dias (Caxias, Maranhão, 1823 - 1864);

Juvenal Galeno (Foraleza, 1836 - Fortaleza, 1931);

Casimiro de Abreu (Vila d Barra de São João, 1839 - Rio São João, 1860);

Fagundes Varela (Rio Claro, Rio de Janeiro, 1841 - Niterói, 1875);

Luís Guimarães Júnior (Rio de Janeiro, 1845 - Lisboa, 1898);

Vicente de Carvalho (Santos, 1866 - Santos, 1924);

Manuel Bandeira(Recife, 1886 - Rio de Janeiro, 1968);

Ribeiro Couto (Santos, 1898 - Paris, 1963);

Raul Bopp (Pinhal, Santa Maria, 1898);

Cecília Meireles (Rio de Janeiro, 1901 - 1964);

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 1902 - Rio de Janeiro, 1987);

Henriqueta Lisboa (Lambari, Minas Gerais, 1901 - Belo Horizonte, 1985);

Mário Quintana :) (Alegrete, Rio Grande do Sul, 1906 - Porto Alegre, 1994);

Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 1913 - 1980);

Cecília Meireles
(C) Condomíniodos proprietários dos direitos de Cecília Meireles
(in:Viagem / Vaga música; Poesia Completa; e Ou isto ou aquilo -
Ediotra Nova Fronteira)
Direitos cedidos por Solombra Books (solombrabooks@solombrabooks.com)

Distribuído por Girassol Brasil Edições Ltda.
Alameda Rio Negro, 1084 - S-43
Alphaville - Barueri - SP - 06454-000
E-mail: leitor@girassolbrasil.com.br
Ilustrações: Teo Puebla
Introdução e seleção: Celia Ruiz Ibáñez
Revisão: Maria Luisa de Abreu Lima Paz
Impresso na Espanha

Imagem: Lígia Guedes - RJ - Brasil

Pablo Neruda / Presente de um Poeta

Imagem: Lígia Guedes - Macaé- RJ
Imagem: Lígia Guedes - Macaé - RJ
"Perdemos outra vez este crepúsculo.
Ninguém nos viu esta tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.



Vi da minha janela
a festa do poente nos morros distantes.

Às vezes como uma moeda
se acendia um pedaço de sol entre minhas mãos.



Eu te recordava com a alma encolhida
por essa tristeza que tu me conheces.

Então onde estavas?
Entre qual gente?
Dizendo que palavras?
Porque é que o amor me vem assim de golpe
quando me sinto triste, e te sinto distante?

Caiu o livro que sempre se toma no crepúsculo,
e como um cão ferido tombou a meus pés minha capa.

Sempre, sempre te afastas pelas tardes
para onde o crepúsculo corre apagando estátuas."



De Veinte poemas de amor y una canción desesperada

Edição: Lidia María Riba
Colaboração literária: Emilia de Zuleta
Desenho: Renata Biernat

Direção de arte: Trinidad Vergara

Neruda, Pablo, 1904-1973.
Presente de um poeta / Pablo Neruda; tradução de Thiago de Mello;
pinturas de Dafini Amecke Tzitzivakos.
Cotia, SP: Vergara & Riba Editoras, 2004. (Coleção Melhor dos melhores)
Título original: Regalo de um poeta.
1a reimpr. da 3a. ed. de 2003.

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