quinta-feira, 31 de março de 2011

Francine Prose - Para Ler como um Escritor

Prose, Francine, 1947 - Para ler como um escritor : um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los / Francine Prose; tradução, Maria Luisa X. de A. Borges. - Rio de Janeiro : Jorge Zahar, 2008.

Difícil acreditar que algum ser humano não tenha se imaginado autor de um livro em um momento na vida. Afinal, escrever um livro faz parte da felicidade neste terreno planeta, bem já o disseram. Seja um relato de uma biografia, seja fantasiar um romance onde os personagens possam carregar o que se aprendeu na vida, seja um momento de inspiração transportado quem sabe a uma ficção. Como concretizar ou como saber a qualidade do que se pretende escrever é o ponto de estímulo ou desânimo aos pretensos e inúmeros autores.

"a maioria das pessoas que tenta escrever experimenta não só necessidade de coragem como desalento, à medida que as consequências reais ou imaginárias - falhas e humilhações, exposição e inadequação - dançam diante de seus olhos através da tela ou da página e inadequação - dançam diante de seus olhos através da tela ou da página vazias. O medo de escrever mal, de revelar algo que gostaríamos de manter oculto, de cair no conceito dos outros, de violar nossos próprios padrões elevados, ou de descobrir algo sobre nós mesmos que preferiríamos ignorar são apenas alguns dos fantasmas amendrontadores o suficiente para levar o escritor a se perguntar se não haveria emprego disponível como lavador de janelas de arranha-céus." (pág. 243)


Adentrar na leitura de Para ler como um escritor é em primeiro lugar uma curiosidade de se permitir responder a pergunta: é possível ensinar alguém a ser escritor? Se a resposta é uma questão de talento, disciplina ou técnica, a discussão segue acalorada, mas o que o livro proporciona por uma autora de mais de 20 anos de experiência em criação literária é antes que respeitar o conhecimento adquirido de quem relata que talento não se ensina, mas defende que é possível aprender sim - e muito - com os grandes mestres da literatura. E o que é melhor, de uma forma objetiva mas sem perder a magia de se adentrar pelos caminhos das letras livremente e atentamente, detalhadamente, demorando-se em cada palavra, como afirma Francine Prose, romancista, crítica, ensaísta e professora de literatura e criação literária há mais de 20 anos em universidades como Harvard, Columbia e Iwoa, autora de vários livros, alguns já publicados no Brasil.

O livro Para ler como um escritor sugere listas de títulos que instigam a curiosidade pela variedade e diversidade. A primeira lista relata títulos já traduzidos e editados em língua portuguesa, ou seja,
Livros para Ler Imediatamente:

(01) Akutagawa, Ryunosuke. Contos fantásticos
(02) Alcott, Louisa May. Mulherzinhas
(03) Anônimo. A canção de Rolando
(04) Austen, Jane. Orgulho e preconceito
(05) Austen, Jane. Razão e Sensibilidade
(06) Bábel, Isaac. O exército de cavalaria
(07) Baldwin, James. Vintage Baldwin
(08) Balzac, Honoré de. Prima Bette
(09) Barthelme, Donald. Sixty Stories
(10) Brodkey, Harold. Quatro histórias ao modo quase clássico
(11) Baxter, Charles. Believers: A Novella and Stories
(12) Beckett, Samuel. The Complete Short Prose, 1929-1989
(13) Bowen, Elizabeth. The House in Paris
(14) Bowles, Jane. Duas senhoras bem-comportadas
(15) Bowles, Paul. Paul Bowles: Collected Stories and Later Writings
(16) Bronte, Emily. O Morro dos Ventos Uivantes
(17) Calvino, Italo. As cosmicômicas
(18) Carver, Raymond. Where I´m Calling From: Selected Stories
(18) Carver, Raymond. Catedral
(20) Cervantes, Miguel de. Dom Quixote
(21) Chandler, John. The Stories of John Cheever
(22) Díaz, Charles. Bleak House
(23) Dickens, Charles. Dombey and Son
(24) Dostoivski, Fiodor. Crime e castigo
(25) Dybek, Stuart. I Sailed With Magellan
(26) Eisenberg, Deborah. The Stories (So Far) of Deborah Eisenberg
(27) Eliot, George. Middlemarch
(28) Elkin, Stanley. Searches and Seizures
(29) Fitzgerald, F. Scott. O grande Gatsby
(30) Fitzgerald, F. Scott. Suave é a noite
(31) Flaubert, Gustave. Madame Bovary
(32) Fox, Paula. Desesperados
(33) Franzen, Jonathan. As correções
(34) Gallant, Mavis. Paris Stories
(35) Gaddis, William. The Recognitions
(36) Gates, David. The Wonders of the Invisible World: Stories
(37) Gibbon, Edward. Declínio e queda do Império Romano
(38) Gogol, Nikolai. Almas mortas
(39) Green, Henry. Doting
(40) Green, Henry. Loving

Para compor a bagagem que todo bom escritor - ou bom leitor - precisa ter, a autora sugere ainda
Livros Brasileiros para Ler Imediatamente:

(01) Abreu, Caio Fernando. Onde andará Dulce Veiga
(02) Alencar, José de. Iracema
(03) Almeida, Manuel Antonio de. Memórias de um sargento de milícias
(04) Amado, Jorge. Tenda dos milagres
(05) Andrade, Mário de. Macunaíma
(06) Azevedo, Aluísio. O cortiço
(07) Buarque de Holanda, Sérgio. Raízes do Brasil
(08) Callado, Antonio. Reflexos do baile
(09) Cardoso, Lucio. Crônica da casa assassinada
(10) Carvalho, Bernardo. O sol se põe em São Paulo
(11) Cony, Carlos Heitor. Quase memória
(12) Cunha, Euclides da. Os Sertões
(13) Denser, Márcia. Animal dos motéis/Siana caçadora
(14) Dourado, Autran. Ópera dos mortos
(15) Drummond de Andrade, Carlos. Prosa completa
(16) Fagundes Telles, Lygia. As meninas
(17) Figueiredo, Rubens. Barco a seco
(18) Fonseca, Rubem. A coleira do cão
(19) Fonseca, Rubem. A grande arte
(20) Freyre, Gilberto. Casa-grande-senzala
(21) Guimarães Rosa, João. A hora e a vez de Augusto Matraga (in Sagarana)
(22) Guimarães Rosa, João. Grande sertão: veredas
(23) Guimarães Rosa, João. O recado do morro (in No Urubuquaquá, no Pinhém)
(24) Hatoum, Milton. Dois irmãos
(25) Hilst, Hilda. Ficções
(26) João Antônio. Malagueta, Perus e Bacanaço
(27) Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma
(28) Lins do Rego, José. Fogo morto
(29) Lins, Osman. A rainha dos cárceres da Grécia
(30) Lisboa, Adriana. Um beijo de Colombina
(31) Lispector, Clarice. A paixão segundo G.H.
(32) Lispector, Clarice. Laços de família
(33) Machado de Assis. 50 contos (org. John Gledson)
(34) Machado de Assis. Dom Casmurro
(35) Machado de Assis. Memorial de Aires
(36) Machado, Aníbal. A morte da porta-estandarte e outras histórias
(37) Marques Rebelo. A estrela sobe
(38) Nabuco, Joaquim. Minha formação
(39) Nassar, Raduan. Lavoura arcaica
(40) Nava, Pedro. Baú de ossos
(41) Noll, João Gilberto. A fúria do corpo
(42) Pena, Cornélio. A menina morta
(43) Piñon, Nélida. Fundador
(44) Pompéia, Raul. O ateneu
(45) Queiroz, Rachel de. Memorial de Maria Moura
(46) Ramos, Graciliano. Memórias do cárcere
(47) Ramos, Graciliano. São Bernardo
(48) Ribeiro, Darcy. Maíra
(49) Ribeiro, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro
(50) Rodrigues, Nelson. Teatro completo
(51) Sabino, Fernando. O encontro marcado
(52) Sant´ Anna, Sérgio. Um crime delicado
(53) Santiago, Silviano. Histórias mal contadas
(54) Santos, Joaquim Ferreira dos (org.). As cem melhores crônicas brasileiras

"Quanto mais lemos, mais rapidamente somos capazes de executar o truque mágico de ver como as letras foram combinadas em palavras dotadas de sentido. Quanto mais lemos, mais compreendemos, mais aptos nos tornamos a descobrir novas maneiras de ler, cada uma ajustada à razão que nos levou a ler um livro particular." (pág. 17)

terça-feira, 22 de março de 2011

Mário Benedetti - O amor, as mulheres e a vida

O amor, as mulheres e a vida / Mario Benedetti : tradução Julio Luís Gehlen. - Campinas, SP : Verus, 2010.

Não resisti a prosa de Mario Benedetti (vejam postagens anteriores - Correio do tempo e Quem de nós), e aqui ainda estou a folhear um livro de poesia, na verdade, uma Antologia de Poemas de Amor.

A poesia que aqui segue muito faz lembrar um filme que assisti recentemente, Antes de Partir, em que os personagens tem como tema principal de suas vidas que se escoam através de uma doença terminal o valor de um sorriso.

Esta poesia, específica, fala do sorrir, este simples ato mas de suma importância na vida, na verdade, de extrema importância.

Sorrir não é um ato fácil pois diz respeito a um ato dos mais sinceros e despretenciosos, em que as máscaras não existem, como bem relata o autor no poema a observar sua amada neste ato a se mostrar especial e única. Como um...

ARCO ÍRIS


Às vezes
é claro
você sorri
e não importa quão linda
ou quão feia
quão velha
ou quão jovem
quão muito
ou quão pouco
você realmente
seja


sorria
como se fosse
uma revelação
e seu sorriso anula
todas as anteriores
caducam no momento
seus rostos como máscaras
seus olhos duros
frágeis
como espelhos ovais
sua boca de morder
seu queixo de capricho
suas bochechas perfumadas
suas pálpebras
seu medo


sorria
e você nasce
assume o mundo
olha
e ao olhar
indefesa
nua
transparente


e por aí
se o sorriso vem
de muito
muito dentro
você pode chorar
simplesmente
sem dilacerar-se
sem desesperar-se
sem convocar a morte
nem sentir-se vazia


chorar
só chorar
então seu sorriso
se ainda existe
se torna um arco-íris.

(Mário Benedetti - pág. 31, 32)

sábado, 19 de março de 2011

Mario Benedetti - Quem de nós

Quem de nós: uma história de amor / Mário Benedetti ; tradução Maria Alzira Brum Lemos. -
Rio de Janeiro : Record, 2007.

"Incorremos em vários erros, mas acho que o nosso grande equívoco, o mais irremediável, foi nunca falar sobre eles. A única franqueza possível, aquela que possui a maioria dos casais que diariamente se insulta, amaldiçoa e desfruta por igual de suas etapas de ódio e apaziguamento, foi isso que perdemos. Eles estão constantemente atualizando a imagem do outro, sabem reciprocamente a que se ater, mas nós estamos atrasados, você em relação a mim, eu em relação a você."

Após ler a poesia e a prosa descontraída de Mario Benedetti no livro Correio do tempo, conforme tópico anterior, difícil foi não reler o romance Quem de nós por pura saudade da prosa caudalosa de Benedetti.

Quem de nós é um romance extraordinário, retrata, ao longo de três partes, o triângulo amoroso entre os amigos Miguel, Alicia e Lucas, cujos laços afetivos remontam à infância, aos bancos escolares.

Em "Miguel", parte dedicada ao vértice mais delicado da relação, o leitor entra em contato com as anotações do marido que há poucos dias levara a esposa Alicia ao porto de Montevidéu, e cujo último aceno já era a certeza de que ela não mais voltaria; iria a Buenos Aires ao encontro de Lucas, com quem sempre partilhara os mesmos interesses. Ao longo de anos, os dois homens trocaram cartas, e sempre, ao pé da missiva, houve a furtiva intromissão da mulher: "carinhosas lembranças ao bom amigo Lucas".

Na parte dedicada a "Alicia", a narrativa ganha a forma epistolar, e a mulher explica em um longo texto ao ex-marido as razões de sua partida. É patente, nas palavras dela, sua desilusão em perceber que miguel, dono de uma enorme insegurança, acabou empurrando-a aos braços do amigo.

Por fim, a genialidade de Mario Benedetti se reafirma na última parte do livro. "Lucas" (escritor e tradutor) apresenta seu relato do triângulo sob os contornos de um conto, no qual personagens de sua ficção dialogam com os protagonistas desta primorosa novela de Benedetti, cuja genialidade lhe valeu um lugar no panteão dos maiores escritores da América Latina.

Belíssima narrativa!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Mario Benedetti - Correio do tempo


Correio do Tempo / Mario Benedetti ; tradução Rubia Prates Goldoni. - Rio de Janeiro : Objetiva, 2007.

Bela a capa do livro Correio do tempo de Mario Benedetti.  Difícil não lembrar de um amigo blogueiro que parece fascinado por imagens com tema de mulher submersa. Surpresa para a capa, pois sendo um autor como Benedetti, já se imagina o belo conteúdo que nos aguarda deste extraordinário autor. Especial já se torna o livro pelos dois motivos expostos.

Um livro de contos, com um tom engraçado permeando toda a leitura, entremeado com belas poesias, aqui apresento a denominada título do livro:

 Correio do tempo

No correio do tempo se acumulam
a paixão desolada/ o gozo trêmulo
e lá fica esperando seu destino
a paz involuntária da infância/
há um enigma no correio do tempo
uma aldrava de queixas e candores
um dossiê de angústia/ promissória
com todos os valores declarados

No correio do tempo há alegrias
que ninguém vai exigir/que ninguém nunca
retirará/ e acabarão  murchas
suspirando o sabor da intempérie
e no entanto/ do correio do tempo
sairão logo cartas voadoras
dispostas a fincar-se em algum sonho
onde aguardem os sustos do acaso

Lembro do intrigante romance 'Quem de Nós', do autor e de como fiquei impressionada com a linguagem intimista envolvendo o leitor com a trama do início ao término do trabalho. Seus temas abordam preferencialmente as mais profundas inquietações da alma humana: amor, morte, tempo, miséria, injustiça, solidão, esperança. Tudo isto com uma linguagem simples e direta deixando o leitor fã incondicional de sua narativa.

Em Correio do tempo não foi diferente: nostalgia, amor e desamor, alegria, abandono, lembranças do passado e reencontros. Mario Benedetti emprega toda a sua habilidade para compor uma coleção de breves relatos que é, ao mesmo tempo, um mosaico de sentimentos e estados da alma que só um escritor como ele é capaz de revelar.


Os contos neste livro tratam dos mais diversos tipos de encontros e despedidas: uma criança passa um fim de semana na casa do pai separado; um homem doente escreve ao amigo pela última vez; uma mulher, isolada, avalia sua relação amorosa com o cônjuge; sobreviventes de dois naufrágios diferentes se encontram acidentalmente numa ilha deserta. A maestria de Benedetti é evidente nos mínimos detalhes. E, principalmente, no humor sutil, que percorre suas histórias mesmo nos momentos mais improváveis e que se tornou uma de suas marcas registradas
Mario Benedetti nasceu em setembro de 1920, em Paso de los Toros, Uruguai. Trabalhou como vendedor, taquígrafo, contador, funcionário público e jornalista. Entre 1938 e 1945, morou em Buenos Aires. Ao retornar a Montevidéu, passou a trabalhar no semanário Marcha.

Dono de uma vasta obra, traduzida em todo o mundo. Morou, nos 12 anos de exílio, na Argentina, Peru, Cuba e Espanha.  Benedetti é considerado um dos principais autores latino-americanos da atualidade.

Na obra:  Sinais de fumaça, Fim de semana, Conciliar o sono, Jacinto, Cambalache, Sonhou que estava preso, Conversa, O dezenove, Não há sombra no espelho, Assalto na noite, Velho Tupí, Os robinsons, Mais ou menos hipócritas, Ausências, Correio do tempo, Com os golfinhos, Terapia da solidão, Bolsa de viagens curtas, A velha inocência, A morte é brincadeira, Um gosto azedo, Secretária eletrônica, Testamento hológrafo, As estações, Primavera dos outros, Nuvem de verão, Revelação de outuno, O inverno próprio, O acabou-se.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Antología Plural de la Poesía Uruguaya del Siglo XX - Washington Benavides, Rafael Courtoisie y Sylvia Lago

Antología Plural de la Poesía Uruguaya del Siglo XX


Antología Plural de la Poesía Uruguaya del Siglo XX - studio preliminar, selección y notas: Washington Benavides, Rafael Courtoisie y Sylvia Lago, segunda edición, junio de 1996, Seix Barral.


El Puente

Para cruzarlo o para no cruzado
ahí está el puente

en la otra orilla alguien me espera
con un dranzno y un país

traigo conmigo ofrendas desusadas
entre ellas un paraguas de ombligo de madera
un libro con los pánicos en blanco
y una guitarra que no sé abrazar

vengo con las mejillas del insomnio
los pañuelos del mar y de las paces
las tímidas pancartas del dolor
las liturgias del beso y de la sombra

nunca he traído tantas cosas
nunca he venido con tan poco

ahí está el puente
para cruzarlo o para no cruzarlo
yo lo voy a cruzar
sin prevenciones
en la otra orilla  alguíen me espera
con un durazno y un país

(Mario Benedetti)




Estudio Preliminar, selección y notas:

Washington Benavides nació en Tacuarembó en 1930. Poeta, crítico y ensayista, ha realizado una destacada labor docente y de difusión de la poesia en Uruguay. Entre otros libros, ha publicado: Tata Vizcacha (1961), Las milongas (1965), Poemas de la ciega (1968), Hokusai (1975), Fontefrida (1979), Murciélagos (1981), Finisterre (1986), Fotos (1986), Tía Cloniche (1990), Lección de exorcista (1991), El molino y el agua (1993) y La luna y el profesor (1994).


Rafael Courtoisie nació en Montevideo en 1958. Es narrador, poeta y ensayista. Ha publicado el libro de relatos Cadáveres exquisitos (1995) y la trilogía integrada por El Mar Interior (1990), El Mar Rojo (1991) y El Mar de la Tranquilidad (1995). En poesía ha aparecido, entre otros: Contrabando de auroras (1977), Tiro de gracia (1981), Orden de cosas (1986), Cambio de estado (1986), Textura (1992). En 1995 fue galardonado con el Premio de Poesía de la Fundación Loewe.


Sylvia Lago nació en Montevideo en 1932. Es catedrática de Literatura Uruguaya en la Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación y dirige el Departamento de Literatura Uruguaya y Latinoamericana de la misma facultad. Su obra narrativa comprende las novelas Trajano (1960), Tan solos en el verano (1962), La última razón (1970) y tres libros de relatos: Detrás del rojo (1967), Las flores conjuradas (1972) y El corazón de la noche (1985).



Autores na Antologia

María Eugenia Vaz Ferreira (Montevideo, 1874-1924): El Ataúde Flotante, Vaso Furtivo,La rima vacua, Enmudecer, Único Poema, La Estrella Misteriosa;

Julio Herrera y Reissig (Montevideo, 1875-1910): Desolación Absurda, Solo Verde-Amarillo para Flauta, Llave de U, El despertar, Claroscuro, El Caudillo, La Sombra Dolorosa, Decoración Heráldica, La Culpa, Tertulia Lunática;

Delmira Agustini (Montevideo, 1886-1914): La Sed, Lo Inefable, Ofrendando el Libro a Eros, Fiera de Amor, Otra Estirpe, Visión;

Carlos Sabat Ercasty (Montevideo, 1887-1982): En El Mar, Los Adioses, Libro de La Ensoñación, Soneto;

Fernán Silva Valdés (Montevideo, 1887-1975): El Rancho, La Flecha;

Juana de Ibarbourou (Melo, 1892 - Montevideo, 1979): La Hora, Rebelde, Vida-Garfio, Raíz Salvaje, El Estanque, Encuentro;

Esther de Cáceres (Montevideo, 1903-1971): No Pasarás por el Camino, Porque me Traían tu Sueño, Tú Harás Suave Mi Sueño, Huyes de mis Manos, Canto de las Flores, El Silencio, Las Campanas del Valle, El Ángel del Jardín;

Selva Márquez (Montevideo, 1904-1981): Alguien está Llamando, La Puerta Abierta, Una Noche Cualquiera, El Secreto, Mariposa Nocturna, Regreso, Dando Vueltas, Drama, En La Cocina Ahumada;

Líber Falco (Montevideo, 1906-1955): Una Noche en Malvín, La Moneda, Visita, Decadencia, Lo Inasible, Para Vivir, Desgracia, Pensando en Luis A. Cuesta, Apunte, He Visto a una Niña Triste...;

Sara de Ibáñez (Tacuarembó, 1909 - Montevideo, 1971): Isla en La Tierra, Pasión y Muerte de la Luz, Tiempo III, Nada, Triunfo del Guerrero, Apóstrofe IV,  Guijas, Para la Muerte, Testamento;


Juan Cunha (Sauce de Illescas, 1910 - Montevideo, 1985): Lejos la Cuidad Lejos, A Mi Espalda, Guitarreos, Ya Casi se me fue la Tarde,Repaso, Me voy le Dije al Alba, Y Aquello Solo Allá, Quiero Saber a qué Ladera;

Idea Vilariño (Mongtevideo, 1920): El Encuentro, Entre, Maldito Sea el Día, Oye, Si te Murieras Tú, Voy a Mascar Arena;

Mario Benedetti (Tacuarembó, 1920): Dactilógrafo, Después, Monstruos, Corazón Coraza, Marina, Hasta Mañana, Botella al Mar, Desaparecidos, El Puente, Los Años, Utopías, Mar de la Memoria;


Amanda Berenguer (Montevideo, 1921): La Cinta de Moebius; Del Cuerpo, El Pescador de Caña;

Gladys Castelvecchi (Rocha, 1922):  Posdata, Carteando, Físicas, Mito, Caronte, Penélope;

Ida Vitale (Montevideo, 1923): Palabras, Estilo, A La Velocidad Del Miedo, Invierno, Cuadro, Valores, Contra Engaños;

Humberto Megget (Paysandú, 1926 - Montevideo, 1951): Noticia, Raúl Javier Cabrera, Ay Ay Cómo me Duelen, Tengo Ganas de Risas Raquel, Yo Mi Sobretodo Verde, Tengo El Sueño, Va a Dormirse Una Luz, Cuando nos Recojan Los Frutos;

Jorge Medina Vidal (Montevideo, 1926): Entramos Inconscientes en la Noche, Maestro Chino, Elogio de la Melancolía;

Milton Schinca (Montevideo, 1926): Propagase el Testimonio de Cierta Sustancia, Mediten Frente a Esplendores de una Única Flor, Yo, Redactor Publicitario, Vuelve Jaime Furman, Otro Cumpleaños de Artigas, Te Caíste de la Luz...;

Washington Benavides (Tacuarembó, 1930): Diferencias, Negativo de una Canción, Cuando se Vive al Borde, El Viejo Loco Del Dibujo, No es un Tigre de Papel, Anda un Amigo, Canción de los Lentes, Foto de Trovador, La Revelación Oído en un Teléfono, Prontuario;

Saúl Ibargoyen Islas (Montevideo, 1930): Los Hombres Gordos, Retrato, Aquí Estamos, El Sueño de las Muchachas,  Calle Isla de Flores,La Siempre Enemiga, De: Epigramas..., Inscripción en la Tumba de Ibrahim, Allá en Pérouges;

Nancy Bacelo (Batlle y Ordoñez - Lavalleja, 1931): Sin Aires, En Medio de un Minuto, Cantares, Digo, Doy Vueltas y Qué Carta, La Borrachera de Esta Vida, Varios Esquemas se Cayeron, Ora pro Nobis;

Marosa Di Giorgio (Salto, 1932): Me Acuerdo de los Repollos..., Ellos Tenían Siempre la Cosecha Más Roja..., A Veces, en el Trecho de Huerta..., Los Hongos Nacen en Silencio..., Anoche, Volvió, Otra Vez... De Súbito, Estalló la Guerra, Yendo por Aquel Campo..., Había Nacido con Zapatos..., Bajó Una Mariposa..., Los Leones Rondaban la Casa;

Circe Maia (Montevideo, 1932): Yêndose, La Muerte, Es Así,El Puente, Est Mujer, Sonidos, Poemas de Caraguatá, El Medio Transparente, Espejos,Voces en el Comedor;


Suleika Ibáñez (Montevideo, 1937): La Noche del Zoo, Oficio Iluminista, Amor, Solitário, Noche de Cerveza;

Salvador Puig (Montevideo, 1939): Diálogo del Alba, Presencia del Cielo, Al Comandante Ernesto "Che" Guevara, Tango Infinito, Legenda, Si Tuviera que Apostar;

Cristina Peri Rossi (Montevideo, 1941): Silencio, Linguística General, Contemplación,  Los Hijos de Babel, Antropología, El Bautismo, La Búsqueda, Erótica, El Parto;

Enrique Fierro (Montevideo, 1942): Quiero ver una Vaca, Travestía, Para Walt Whitman, Enterrado en el Cementerio de Harleigh, Quê se le va a Hacer; 


Jorge Arbeleche (Montevideo, 1943): Y Aunque no Seamos ni Jóvenes ni Bellos, El Espacio de las Puertas, Con Martha en Florencia, Meseta, Ágape, Nilo;

Hugo Achugar (Montevideo, 1944): Midas, Marimoña, Himeneo, Veranos, Ilusiones de Pareja, Ser y Estar, A Propósito de Apolo y de las Ratas;

Elías Uriarte (Rocha, 1945): Circunvalaciones, Arriba, Hay Quien Desde Adentro Toca el Dolor, Límites que Conforman Figuras,  Donde no Todo Sea Reflejo..., Equivocamos las Distancias..., La Palabra Amor del Rey..., La Noche Cuida...;

Eduardo Milán (Rivera, 1952): Elena Damilano, Lírica (Madura), Para Regis Bonvicino, Decir Ahí Es Una Flor Difícil, La Aridez de Esos Páramos...,  Ahí va por el Camino Como un Ciego, ?De Qué Hablas?, Mirlo en Cien Versiones de Mirlo, Elena, Eliana o Luna;


Rafael Courtoisie (Montevideo, 1958): Las Jaulas de la Pacîencia, Período Verde, Objetos del Silencio, Vidrio, Aldaba, La Derrota, Certeza del que Duda, Los Robadores de Sueño, Llanto Del Héroe, La Rebelión de las Costureras;


Silvia Guerra (Maldonado, 1961): Y Yo Sola en mi Cuarto, Dependiendo Siempre de ese Impreciso Punto,  Cuando en Realidad lo Único Buscado, Maquilla la Sonrisa, Para Laura y Selene;


Jorge Castro Vega (Montevideo, 1963): Mateo V, 14, Icaro,Odisea, Cato XXV, Falso Testimonio, Construcción, Confesión de Fe, El Esperarte, Como un Navajo ante un Teleobjetivo..., Declaración Pública, Fidelidad al Modelo, The Rest is Silence, Hexagrama 49;

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails