terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Livro - objeto de desejo



História da Literatura Ocidental - Otto Maria Carpeaux (1900 - 1978) Editora Leya / Livraria Cultura - 04 Volumes - 3.040 páginas - Lançamento original de 1947.


Livro, eterno objeto de desejo. Pensando nos motivos que me levaram a aquisição no término do ano passado, da coleção de Otto Maria Carpeaux - História da literatura Ocidental lembrei de que talvez não seja apenas o conhecimento simplesmente da capacidade narrativa do autor Otto (conhecer  "O Livro de Ouro da História da Música, do referido autor, já é um bom motivo), como também talvez não apenas o gosto que tenho por temas que envolvam história. Procurando ainda justificativas para minha aquisição lembrei de um artigo de um jornal da UFRJ,  que faz referência a que as vendas de livros são feitas por influência da internet, ou do que nela absorvemos (veja artigo que publiquei aqui - Literatura - arte sem limite):

"Mercado a crescer que tem dependido e muito das redes sociais que tem feito este papel de escoar a produção literária, através da internet, como informa a Câmara Brasileira do Livro (CBL), que apenas 0,87% dos livros do Brasil são vendidos desta forma (também boca a boca dos autores e leitores)."


Talvez minha decisão tenha sido baseada em um conjunto de fatores e  me deixei influenciar definitivamente por um blog que divulga literatura, o Mundo de K e antecipei esta aquisição que terá utilização a médio prazo mas que é um eterno investimento para quem é amante das letras e pretende um dia ter uma biblioteca.

 
Otto Maria Carpeaux, um autor que vale a pena investir!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Carlos Ruiz Zafón - A sombra do vento



Após anos de paquera, chego ao livro A sombra do vento. Na verdade, queria começar pelo livro O jogo do anjo entretanto para a leitura destes livros de Carlos Ruiz Zafón, melhor utilizar esta sequência, fui previamente informada por um grande leitor familiar. Esta época do ano é ótima para priorizarmos leituras de longos romances e a escolha de Carlos Ruiz Zafón é certamente estimulante, viável.

O autor Carlos Ruiz trabalha maravilhosamente o romance A sombra do vento com seu jogo intrincado de ritmo eletrizante e um suspense magnífico que prende o leitor por toda a trama. O tema do livro não é para ninguém botar defeito, especialmente aos ligados à arte de uma boa leitura ou simplesmente apreciar os livros como objetos especiais, cada qual com seu mistério, com sua história que leva a imaginação a patamares fora da normalidade da vida cotidiana. Assim trata o autor de forma especial os livros e inicia com a história do livro de nome similar, a sombra do vento, que é dado de presente a um menino de 10 anos, Daniel Sempere, levado por seu pai a um misterioso lugar no coração do centro histórico: o Cemitério dos Livros Esquecidos. O jovem literalmente adentrar na história do maldito livro, modificando sua estrutura de vida através de suspense e busca aguçada por desvendar os mistérios que inicia sua vida com a chegada deste presente recebido, levando-o a procurar pistas do desaparecido autor do livro que o fascina, transformando-o em homem ao iniciá-lo no mundo do amor, do sexo e da literatura.

O suspense, ambientado na Espanha franquista da primeira metade do século XX, nas trevas do pós-guerra,  compõe a bela história valorizando o tão amado livro impresso, como protagonista, e seu poder místico, onde as construções literárias são bem amarradas deixando o leitor sedento do instante posterior, e já desejando conhecer o livro posterior O jogo do Anjo tão logo saudoso deixe esta excelente narrativa.

"- Daniel, bem-vindo ao Cemitério dos Livros Esquecidos.
Salpicando os corredores e as plataformas da biblioteca se podia ver, perfiladas, uma dezena de figuras. Algumas delas se viraram para cumprimentar de longe, e reconheci o rosto de vários colegas de meu pai do grêmio dos livreiros de sebo. À luz de meus dez anos aqueles indivíduos pareciam uma conspiração de uma confraria secreta de alquimistas, com as costas viradas para o mundo. Meu pai ajoelhou-se ao meu lado e sustentando o olhar me disse, com essa voz delicada das promessas e confidências.
- Este lugar é um mistério. Daniel, um santuário. Cada livro, cada volume que vo~cê vê, tem alma. A alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece. Faz já muitos anos que meu pai me trouxe aqui pela primeira vez, este lugar já era velho. Quase tão velho quanto a própria cidade. Ninguém sabe ao certo desde quando existe ou quem o criou. Conto a você o que me contou meu pai. Quando uma biblioteca desaparece, quando uma livraria fecha as suas portas, quando um livro se perde no esquecimento, nós, guardiãos, os que conhecemos este lugar, garantimos que ele venha para cá. Neste lugar, os livros dos quais já ninguém se lembra, os livros que se perderam no tempo, viverão para sempre, esperando chegar algum dia às mãos de um novo leitor, de um novo espírito. Na loja, nós os vendemos e compramos, mas na verdade os livros não têm dono. Cada livro que você vê aqui foi o melhor amigo de um homem. Agora só tem a nós, Daniel. Você acha que poderá guardar este segredo?"

sábado, 21 de janeiro de 2012

avante, soldados: para trás - deonísio da silva

avante, soldados: para trás -
deonísio da silva
São Paulo: Leya,
2010, 168p.
"O romance consegue recontar os pequenos grandes dramas do viver cotidiano, criando personagens complexos e contraditórios, através dos quais consegue enfatizar o absurdo desta e de toda guerra" - José Saramago.

Continuo com a prosa de Deonísio da Silva no livro Avante soldados: para trás. A curiosidade de ler um romance de Deonísio me fez interromper a leitura do livro A sombra do vento e adentrar nas letras do autor, que flui facilmente. O tema do romance que era para ser de difícil acesso é colocado levemente, apesar das descrições presentes dos horrores da guerra, mais especificamente a Guerra do Paraguai - a retirada da Laguna, um dos episódios mais dramáticos da história brasileira, relatado neste livro, vencedor do Prêmio Inernacional Casa de las Américas.
A fome, as táticas de guerrilha da cavalaria inimiga e os efeitos devastadores do cólera são vivamente traçados neste romance que por vezes tem certa ironia nos seus relatos. O autor entremeia com personagens hilários as histórias que remontam além do campo de batalha onde é desvendado um Brasil do século XIX, primitivo e rude, onde as relações sociais, econômicas e culturais são detalhadamente descortinadas.

"Cronistas e historiadores de encomenda não foram senão os escribas dos regimes de dominação cuja imagem ideológica, aliás, lhes cabia construir, mascarando-a na exlatação cívica. A revolução a realidade ou a sua impugnação dá-se, então, pela literatura. Por isso, a verdadeira identidade das nações latino-americanas deve ser mais facilmente encontrada nos personagens fictícios dos narradores que nos docmentos historicametne maliciosamente distorcidos." anuncia o prefácio de Flávio Loureiro Chaves, professor da UFRGS, um dos melhroes intérpretes da literatura brasileira.

O autor cumpriu seu papel recriando, sem maniqueísmos ou ranços nacionalistas, os horrores da guerra: a presença silenciosa do inimigo, os ataques de surpresa, as torturas físicas e psíquicas de um exército despreprado, os gestos de loucura e a permanente tensão. Tudo isto através de uma linguagem que os olhos correm rapidamente através das páginas chegando ao término do livro com a sensação de quem estava a ouvir uma história relatada em um fim de tarde, à beira de uma sombra. O sentido da vida, através do relato dos soldados quase filósofos, seres que não abdicam de sua humanidade, seja romântico, corajoso, ético, lírico, cético, simples, enfim, uma série de caraterísticas afloradas em seus personagens: o coronel Camisão, Agripino, o cabo Argemiro, Mercedes, o paraguaio, a professora Lili e Yolanda, personagens cativantes, ternos, inspiradores.

"- As cabeças são dos nosso - explica o chefe do pelotão interceprado -, as xongas são do inimigo.
Respira um pouco e completa:
- Braços e pernas não fui eu quem quis trazer. Não pude impedir alguns excessos dos meus homens, e eles esquartejaram algumas residentas, essas mulheres que acompanham os soldados paraguaios. Estruparam as pobres próximas antes. Também isso não pude impedir.
O comandante dá um berro no meio da noite:
- Mas para que um espetáculo desses?
- Ainda não terminou - diz o cabo Argemiro.
Com efeito, chega outro soldado com mais um saco muito sujo de sangue. Há movimentos dentro dele. O coronel Camisão, um pouco perplexo, interrompe sua fala exasperada e seus conselhos e admoestações sobre "a arte de bem guerrear, sem exageros" e aguarda a surpresa. O soldado levanta a volsa à altura dos ombros e despeja uma porção de sapos que, ainda mais espantados que os militares ali reunidos, saem pulando em todas as direções. Os soldados, assustados, começam a atirar nos sapos. Outros disparam a si mesmos, fugindo apavorados. Está desfeita a preleção, desmanchada a avaliação do ataque, instalada a anarquia geral, ainda que momentânea.
Logo estão todos reunidos outra vez. Riem. Uns debocham dos outros, proclamam o medo alheio. Em meio ao burburinho geral, o comandante quer saber de quem foi a "ideia malsã" de trazer as cabeças dos nosso e não as dos inimigos. Entreolham-se todos. Há um tom de vacilação na autoridade do coronel em muitos dos olhares. O subcomandante Juvêncio dá um passo à frente, pigarreia e explica:
- Foi uma forma que encontrei de verificar quem morreu de fato, para saber ao certo quem desertou."

Bom livro, não somente aos que se interessam por história, mas aos que gostam de uma boa prosa.

domingo, 15 de janeiro de 2012

deonísio da silva - contos reunidos

contos reunidos - Deonísio da Silva.
 - São Paulo: Leya, 2010. 608p.

Farta a prosa de Deonísio da Silva onde em 86 contos extravasa todo seu extrato da palavra. Surpreendente a variedade de vozes que habitam os contos do catarinense, vencedor do Prêmio Literário Casa de las Américas com o romance Avante, soldados: para trás.

Magníficos contos ora líricos, dramáticos, hilariantes ou irônicos o autor ultrapassa as formas tradicionais de narração comprovando o pleno domínio da técnica da narrativa curta. Um merecido premiado escritor.
É só conferir:

A antiga vida vadia de Brandina

Era difícil acreditar na sua beleza antiga, quando o que se podia notar eram uns seios murchos, penduricalhos incompetentes na barriga fofa. O vestido comprido não mais mostrava as coxas famosas. Apenas se podia vislumbrar, sob a saia, uns ossos encardido e rangedores, cobertos por pele de pouca tintura.
Parecia a Marta de um desses quadros das histórias sagradas ilustradas, que apresentam Nosso Senhor e Maria. Marta sempre aparece trabalhando.
Impregnara-se do vício santo de cuidar de crianças: criara muito mais netos do que filhos propriamente.
No rodízio feito da casa de um genro para a casa de uma nora, justificava a sua filosofia de velha, proferida na boca murcha pela falta de dentes. Contava-lhes então inúmeras histórias acerca das particularidades do nascimento e da criação de cada um dos dezessete filhos, enfatizando as peripécias que haviam conspirado contra a existência do ser humano no mundo. Escutavam as histórias fantásticas, sem acreditar. Julgavam-na caduca já. Se insistia, resmungavam que, pelo jeito, tinha passado o seu tempo de nova no Inferno. Doía-lhe a incredulidade, mas calava. Antigamente brigara, embrabecera os braços. Agora não mais. Seus gestos eram semrpe de ternura.
Filhos da contestação juvenil - que já começava a apontar também na roça -, os netos iam aos poucos se recusando a aceitar sua super-realidade antiga.
Eram poucos os velhos que a rodeavam - os mais estavam no cemitério - quando ela também foi. Acalentava o nenê da filha, em cuja casa estava hospedada por força de seu histórico rodízio, quando caiu no fogo do chão, por sobre o qual estavam dependuradas em correntes as panelas de ferro, cozinhando a oia para os da roça. Não encontrou forças para escapulir, mas conseguiu jogar a criança a salvo. No esperneio, derrubou a comida quante por cima de si mesma. Os gritos decerto foram muitos, mas a roça era longe e os vizinhos mais ainda. Quando o pessoal chegou, o pequeno chorava num canto. No meio do fogo, a velha, muiro mais assada do que São Lourenço, seu santo de mair devoção.
Então, pouco a pouco, suas histórias tornaram-se fantásticas na boca daqueles que as haviam negado. Erigiram-lhe um oratório, o que levou um velho remanescente a recordar a vida vadia que ela levava antes de juntar-se a um fecundo fazendeiro. Talvez o velho assim procedesse apenas para valorizar ainda mais o seu perdão. Disseram que o velho era caduco, Brandina...

Deonísio da Silva diz-se jardineiro e botânico das palavras. Publicou sete romances, diversos livros de ensaios e infantojuvenis, totalizando 33 obras. Seu livro de estreia, Exposição de motivos, foi levado à televisão por Antunes Filho, em teleteatro, e recebeu do Ministério da Educação o prêmio de melhor livro do ano (1976). Desde então, o reconhecimento pela importância de sua obra só têm expandido fronteiras: além do Prêmio Internacional Casa de las Américas pelo romance Avante, soldados: para trás (1992), foi também laureado pela Biblioteca Nacional por outro romance referencial, Tereza D´Ávila: namorada de Jesus (1997), já adaptado para o teatro. É ademais autor de obras de referência, como A língua nossa de cada dia e De onde vêm as palavras. Doutor em Letras pela USP, é professor titular e pró-reitor de Cultura e Extensão da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Barco a seco - Rubens Figueiredo

Barco a seco: romance / Rubens Figueiredo - São Paulo: Companhia das Letras: 2001

"Existe um limite para tudo. Não é medo, não é convenção. Pelo menos, não é só isso. Marcas invisíveis deslizam no chão, atravessam nosso caminho. Uma fronteira, um litoral, nem saemos em que nossos pés tropeçam, nem imaginamos em que parede nosso ombro esbarra. Só um louco pode supor que o céu tem o tamanho dos seus olhos. Só uma criança pode acreditar que o mundo inteiro cabe no prato da sua fome.


Assim inicia a história de um órfão criado numa família pobre que não é a sua, que se beneficia de circunstâncias que a vida lhe apresenta para melhorar de vida. Especializa-se num pintor, já desaparecido, cujos quadros, feitos sobre pedaços de barcos e tapas de caixa de charuto, retratam o mar de forma obsessiva. O personagem passa a reconstituir a face genuína do pintor, aproveitando o acaso e olhar arguto, habituado a perceber toda abertura para a sobrevivência, conduzindo-o à esfera do comércio de pinturas, a uma galeria de arte onde a conveniência e o interesse de alguns fazem do jovem um perito se especializando num pintor obscuro. Igualmente fascinado pelo mar, resiste ao impulso que ameaça fundir definitivamente sua imagem à do pintor.

"Assim, mesmo depois de ser sacudido, me encolhi e tentei ficar bem quieto o fundo, esperando o mais que pude. Quando afinal vim à tona, tossi, cuspi, respirei com toda a força da garganta. Senti que tinha areia entranhada até o vão embaixo das unhas, e então me veio à mente o pintor Emílio Vega. Reconheci o absurdo disso também. Acusei o teatro patético que meu pensamento encenava para mim mesmo. Ainda assim, não consegui conter aquele surto sentimental, tão fora de propósito, que aos meus olhos me humilhava até a raiz, como se eu pedisse arrego, como se eu estivesse pronto para morrer dali a pouco."


O romance tem um prosa caudalosa e reflexiva onde conflitos são postos à clara pelo narrador através do personagem central. Em cena a experiência de um passado que insiste em manter abertos seus traumas sem render-se à realidade do presente. Seu centro, o fascínio do mar cuja presença, à margem da cidade, parece contestar a solidez da terra firme. Excelente narrativa que vai aos poucos desvendando a história daqueles que necessitam utilizar a arte para vencer a sobrevivência diária.

"Pior ainda, passei a recordar com estranheza, quase com uma ponta de escândalo, como eu vivera até pouco tempo, até um ano, um ano e meio antes. Isso me desorientava por alguns momentos, pois eu sempre fizera questão de me manter familiarizado com minhas maiores dificuldades, mesmo que já estivessem extintas.Lembrar aquele tempo, evocar as semanas mais árduas constituía um dever, uma reverência que eu cumpria à risca para aplacar uma divindade feroz."

Rubens Figueiredo nasceu em 1956, no Rio de Janeiro, cidade onde mora. Formado em letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é professor de português e tradutor de obras de Tchekhov, Turguêniev e Tóstói, entres outras. É autor de sete livros, dos quais O livro dos lobos (contos, 1994), As palavras secretas (conto, 1998, prêmio Jabuti) e Contos de Pedro (contos, 2006) e o recnete Passageiro do fim do dia (romance ,2010). O livro Barco a seco recebeu o prêmio Jabuti de 2002.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mário Benedetti - A borra do café

Mário Benedetti / A borra do café; tradução Ari Roitman e Paulina Wacht. - Rio de Janeiro: Record, 1998.

"Para onde vão as névoas, a borra do café, os calendários de outro tempo?"
(Júlio Cortázar)

"Rita teve então um gesto que pôs o ponto final, agora sim, na minha infância: me beijou. Foi na bochecha, ao lado da comissura dos lábios, e ela prolongou um pouquinho aquele contato. Tenho a impressão de que aquilo foi o meu primeiro esboço de felicidade. (...) Então eu também a beijei na bocheca, perto dos lábios, e ela sorriu, boníssima. Acho que gostou. Senti uma agitação nova, uma euforia quase heróica. Não era ainda, por razões óbvias, uma excitação sexual, mas digamos que fosse uma emoção pré-erótica."
(Mário Benedetti)

Iniciar bem o ano é ter acesso a um romance de Mário Benedetti. Uma conversa que se extende, tendo a infância que o personagem Cláudio percorre , em sua iniciação adolescente, em sua puberdade, os bairros de Montevidéu, graças à mobilidade doméstica da família, que mudava de lugar constantemente. Poderia ser a construção de sua  biografia por estar impregnado do passado como se fosse a vida em si, e o faz, metaforicamente, sem sair desse exílio em que vive e que nunca abandona.

São fatos cotidianos de Montevidéu que o autor explora, fáceis mas não simples, transparentes mas não vazios, líricos mas não piegas, contados todos com a poesia que é característica de sua obra narrativa. O livro transmite otimismo, é cálido e intranscendente, está escrito em sua contra-capa. Nada complicado, nada rebuscado, nada pretencioso. É, enfim, um desses que se tem que ler, não por nada, mas apenas porque sim, o que não é pouco. Digo, por ser de Benedetti, já se tem motivo suficiente.

Mário Benedetti nasceu em 1920 em Paso de los Toros. Em 1973, teve que sair de Montevidéu depois do golpe militar e foi viver em Madri. Com a redemocratização do país, voltou ao Uruguai, dividindo seu tempo entre os dois países. É autor de mais de 50 livros, entre eles, Quem de nós, Montevideanos, Correio do Tempo , A trégua, O amor, as mulheres e a vida, entre outros.

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