quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pascal Mercier - A partitura do adeus





A revista Cidade Nova (exemplar 578, Ano LVI, n. 6, Junho de 2014), na seção "na estante", por Fernanda Pompermayer (fernanda@cidadenova.org.br) apresentou uma crítica literária sobre o livro A Partitura do adeus, de Pascal Mercier.


A partitura do adeus é uma obra contemporânea, nitidamente pós-moderna. Mas poderia ter sido escrita cem anos atrás, no século 18 e até antes. Poderia ser uma linda história narrada no tempo das carruagens, em que as tuas eram iluminadas por lampiões, em bucólicas auroras cobertas de névoa. Parece contraditório, mas não é. A narrativa é totalmente atemporal por compor uma obra onde a psicologia humana transborda em cada página, em cada parágrafo. A história é narrada sem muitos enfeites, não é um livro de "final feliz" e isso fica claro desde o começo, desde a introdução. Mas o que se passa com as personagens poderia ser vivido em qualquer época da história: são situações, dramas, anseios que poderiam compor a aventura humana de qualquer pessoa, em qualquer época ou país. O que faz a história ser tocante e atual é o modo de contá-la, a ausência de pudor em desnudar feridas. Existe amizade, confidência, interesse sincero pelos outros. As pessoas se defrontam com seus limites, com o fim de uma carreira, com o fracasso de um casamento. Há deslizes e vitórias... como sempre houve e haverá.

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